quinta-feira, 27 de setembro de 2012

DIDÁTICA E O USO DAS TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO, EDUCAÇÃO E TECNOLOGIA

Márcia Rodrigues dos Santos*


Começo este artigo fazendo um questionamento aos professores:



Será que é possível trabalhar a Didática junto à Tecnologia e tudo que esta representa numa situação de aprendizagem?

Percebe-se que existe certo desconforto quando se fala em didática e prática com o uso de tecnologias em sala de aula. Isso se deve por muitos professores acreditarem que este uso provocará indisciplina e poderá também prejudicar a criatividade e espontaneidade do aluno, e talvez por não dominarem totalmente a arte da tecnologia.

Tudo depende do nosso olhar, da nossa vontade de mudar, de propiciar ao aluno novas maneiras de aprender. Um olhar positivo para uso correto da Tecnologia em sala de aula poderá constatar que ela trará muito mais do que se imagina, seu uso impulsiona a inteligência e cria ambientes favoráveis à aprendizagem. Precisamos quebrar os paradigmas que nos prendem a modelos antigos de educação, já que o objetivo da escola é o desenvolvimento das capacidades físicas, intelectuais e morais dos alunos, ela precisa democratizar o SABER e reconhecer a necessidade que se faz de trazer a Tecnologia para dentro da sala de aula, para dentro de seu planejamento, sendo entendida, assimilada, criticada... não importa, mas sendo usada.

A escola tem que assumir uma postura didática de comprometimento com a Tecnologia, deve assumir uma postura de crescimento, mudança e buscar nela novas formas de fazer a educação, assumir a multifuncionalidade do processo de ensino-aprendizagem e articular suas três dimensões: técnica, humana e política.

Nada adianta programas e mais programas de formação, se o professor não souber usar a Tecnologia como sua aliada e parceira na construção do conhecimento, usá-la como uma ferramenta pedagógica que o auxiliará a ampliar suas capacidades e possibilidades, ela deve ser bem compreendida para ser bem usada, gerar resultados e provocar transformações.

Quanto mais a escola e seus professores protelam a necessidade eminente do uso da Tecnologia, mais distantes vão ficando seus alunos, que lotam lan houses (recordistas em acesso ao Google com 12 milhões de buscas POR DIA), que passam 02 horas em frente ao computador, que sabem manusear qualquer aparelho eletrônico como se tivessem escrito o manual de instruções destes. 

Respondam-me com sinceridade: algum de vocês já conseguiu que um aluno estudasse 02 horas por dia ou que em toda vida escolar dele, fizesse 12 milhões de perguntas?

Segundo o dicionário Wikipédia, na internet, a palavra didática (didáctica) vem da expressão grega Τεχνή διδακτική (techné didaktiké), que se pode traduzir como arte ou técnica de ensinar. Tecnologia, por sua vez, (vem do grego τεχνη — "ofício" e λογια — "estudo") é um termo que envolve o conhecimento técnico e científico e as ferramentas, processos e materiais criados e/ou utilizados a partir de tal conhecimento.

Se juntarmos as duas, poderemos ter a seguinte definição: Didática e Tecnologia: arte de ensinar com conhecimento técnico e científico. 

Essa é a função do professor, ensinar de forma técnica, com conhecimento e apropriação dos seus objetivos... Essa também é a função da escola e da educação, propiciar ao aluno, um mundo de possibilidades, um mundo de conhecimentos, no qual não existem fronteiras, um mundo que pode se transformar a cada “clique”.

Cabe a você, educador, essa mudança de conceitos e definições. Faça. Mude. Proporcione. Transforme.


* Especialista em Psicopedagogia, Consultora- Pedagógica Sênior da Vitae Futurekids, Profª Universitária. 
(Publicado em 2009 pelo site: http://www.planetaeducacao.com.br)

terça-feira, 25 de setembro de 2012

IMPRESS - Mais poder para sua apresentações

O Impress é uma ferramenta desenvolvida para a criação de apresentações multimídia. Suas apresentações podem ser enriquecidas com imagens 2D e 3D, efeitos especiais, estilos de transição, animações e ferramentas de desenho que causam alto impacto.

Os Slides Mestres simplificam a tarefa de preparar seu trabalho. Com isso, você economiza tempo.

Enquanto estiver montando sua apresentação, você pode visualizar seus slides de diferentes formas, tais como, Normal (para a edição de forma geral), Estrutura de Tópicos (para organização e delinear o conteúdo do texto), Notas (para visualizar e editar notas atreladas ao slide), Folheto (para produção de documento baseado no material), e Classificador de Slides (para uma visão em miniatura da imagem do slide, que permite sua rápida localização).

Quando chega o momento da apresentação de seu trabalho, você tem a poderoso modo de Slide Show, que permite total controle de como seus slides serão apresentados, proporcionando a você uma melhor atenção com o seu público (os slides podem ser apresentados: manual, transição temporizada, apontador visível ou invisível, navegação visível ou invisível). 

O Impress suporta múltiplos monitores, e a extensão Presenter Console proporciona um controle melhor sobre a sua apresentação de slides, como a capacidade de ver o próximo slide, ver a notas de seu slide e controlar o tempo de apresentação, enquanto a plateia está olhando o slide atual. 

Esta ferramenta possui uma variedade de recursos que facilitam a utilização da ferramenta de desenho e diagramação, que adicionam estilo e sofisticação à sua apresentação. 

Você pode organizar as ferramentas mais utilizadas em torno da tela, prontas para o acesso com um único clique. Aproveite a caixa de “Estilo e Formatação”, para colocar todos os seus estilos gráficos a apenas um clique de distância. 

Torne suas apresentações vivas e reais, com o show de animações e efeitos. A ferramenta FontWorks permite que você crie imagens e textos em 2D e 3D. Impress permite que você construa e controle cenários em 3D, incorporando uma grande variedade de objetos e componentes. 

Pode salvar sua apresentação em formato ODF, o novo padrão internacional para a criação de documentos. O formato é baseado em XML, o que significa que seus arquivos podem ser abertos pelos destinatários que não são usuários do LibreOffice: sua apresentação deve estar acessível a qualquer software compatível com o ODF. 

Você pode abrir arquivos do Microsoft PowerPoint, e salvar seu trabalho no formato do PowerPoint para as pessoas que ainda utilizam o produto da Microsoft. Alternativamente, você pode exportar as apresentações em Flash (.swf).


3ª. EDIÇÃO DA MOSTRE-SE 2012


CLICK NA IMAGEM

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

CONVITE AOS EDUCADORES



As pessoas interessadas devem enviar um e-mail confirmando a presença para Alynne Faria Reis Siqueira <alynne.siqueira@estacio.br>



terça-feira, 18 de setembro de 2012

NOSSOS CURSOS

MINICURSOS PTCE
      Data                                                   Ministrantes                                      Curso
30/10 – Terça-feira
9h às 12h:
Samara Tavares e
Luiz Gustavo Silva
Impress
19h às 22h:
Anna Karina Oviedo
Informática na Sala de Aula
31/10 – Quarta-feira
 9h às 12h:
Jonas Defante Terra
Moodle
14h às 17h
Anna Karina Oviedo
Silvia Batista
Elaboração de Blogs
19h às 22h:
Gabriel Carneiro e
Pedro Canholato
Writter
01/11 – Quinta-feira
 9h às 12h:
Samara Tavares e
 Luiz Gustavo Silva
Writter
14h às 17h:
Jonas Defante Terra
Moodle
06 /11 -  Terça-feira
 9h às 12h:
Gilmara Barcelos e
Silvia Batista
Prezi
19h às 22h:
Gustavo Oviedo
Vídeos
07/11– Quarta-feira
14h às 17h:
Isabela Campos e
Caio Medina
Impress
19h às 22h:
Anna Karina Oviedo
Silvia Batista
Elaboração de Blogs
08/11 – Quinta-feira
 9h às 12h:
Gustavo Oviedo
Vídeos
14h às 17h:
Anna Karina Oviedo
Informática na Sala de aula
14/11 – Quarta-feira
14h às 17h:
Gilmara Barcelos e
 Silvia Batista
Prezi

TECNOLOGIA ATRAI ALUNOS, DIZ ESPECIALISTA



A introdução dos tablets nas salas de aula é inevitável e pode servir para atrair a atenção dos alunos para o conteúdo acadêmico, mas é preciso dar especial atenção à adequação da linguagem para a nova plataforma e à formação dos professores.
A opinião é da coordenadora executiva de projetos da Escola do Futuro, do núcleo de pesquisas da Universidade de São Paulo (USP), Samantha Kutscka. Em entrevista ao Correio, a especialista, que investiga novas tecnologias aplicadas à área de Educação, afirma ser necessário transformar o método de ensino para se obterem resultados. Investir apenas na mudança da mídia, de acordo com ela, não traria progresso algum. Leia abaixo os principais trechos da entrevista.

A senhora acredita nessa ideia de que o lápis, a caneta e o papel vão desaparecer das Escolas?
Samantha Kutscka: Não vejo a possibilidade de isso acontecer. Não preparamos o aluno para um mundo de certeza, claro. Mas, hipoteticamente falando, se uma instituição ficar sem energia ou houver algum evento complexo envolvendo os aparelhos, o lápis e o papel vão ser a solução. Acredito que eles não vão deixar de existir nunca. Também há um processo de desenvolvimento da cognição, onde você ensina a criança a escrever com a mão.
Nesse caso, você não vai alfabetizar alguém com um tablet. Se usarmos um exemplo atual, você vai ver que ninguém deixou de fazer conta com a mão porque apareceu a calculadora. Há nove anos, quando entrei na Escola do Futuro, havia uma resistência dos professores em usar o computador. Não é diferente hoje. Podemos esperar isso a partir da introdução de qualquer nova tecnologia nas Escolas.

E quanto ao desvio da finalidade do aparelho, quanto à possibilidade de dispersão por parte do aluno. É realmente um risco que se corre?
Samantha Kutscka: Acredito fortemente que o papel do professor não deixa de existir, ele simplesmente muda. Os pais têm, realmente, uma preocupação com a relação do filho e a tecnologia. O professor, por sua vez, com a dispersão do aluno. Mas, hoje, a maioria dos pais trabalha fora e os filhos, quando não estão sob o olhar deles, ficam sujeitos a diversos conteúdos. Não tem como fiscalizar, policiar em 100% do tempo.
Tirando a censura, não tem o que fazer. Nesse sentido, acredito que a orientação do professor surge como algo fundamental. Ele deve apresentar conteúdos, mostrar o que deve e o que não deve ser acessado, afinal, a censura não agrega nada. Ela apenas aguça, atrai a pessoa para o proibido.

A senhora acredita que pode haver um agravamento do desnível entre as Escolas públicas e as particulares, uma vez que essas últimas vêm incorporando primeiro esses aparelhos?
Samantha Kutscka: Esse desnível sempre existiu em praticamente tudo. As Escolas privadas acabam sendo mais pioneiras nessa área de tecnologia, principalmente porque têm recursos. Seria incoerente dizer que isso não acontece. Agora, a capacidade de aprender do aluno de uma Escola pública é a mesma da de um de uma Escola particular.
Tudo depende de como você ensina. O governo tem capacidade de fazer algo bem melhor que uma Escola particular, afinal ele é um, digamos, polvo com milhões de tentáculos, enquanto uma Escola particular está sozinha ou pertence a uma rede. É necessário apenas fazer.
E a capacitação dos professores, a senhora acredita que realmente esse é um desafio?
Samantha Kutscka: Sim, porque as gerações são diferentes e, por isso, entendem a tecnologia de forma diferente. Existe certa resistência, mas ela passa. A formação do professor começa com uma quebra de paradigma, pois não se trata apenas de mostrar ao profissional como usar o aparelho, mas de fazê-lo reconhecer potenciais pedagógicos naquilo.
Incorporando uma nova tecnologia, você acaba agregando mais trabalho ao educador e ele, normalmente, não está satisfeito com a remuneração que recebe. Então, nesse caso, você deveria incluir uma bonificação, um estímulo a esses professores.

Vem se falando também da insegurança que andar com um aparelho de alto custo pode trazer ao aluno. O que a senhora pensa sobre isso?
Samantha Kutscka: Acho que pode ser um risco sim, mas não tenho uma opinião sólida sobre o assunto. Acredito que, quando a tecnologia se popularizar, os preços irão cair e talvez não fique tão perigoso andar com o tablet. Pensar nisso no âmbito das Escolas públicas depende da aplicabilidade, afinal, ainda não sei se o aparelho vai sair da Escola ou não vai. De toda forma, não acredito que os assaltantes vão se apoderar dos entornos das Escolas como um alvo primário. Afinal, hoje vejo muitos alunos de Escolas particulares carregando notebooks, smartphones.

Quais são as maiores vantagens em usar esses aparelhos nas Escolas?
Samantha Kutscka: Atratividade. Esse é o grande diferencial. Uma questão muito complexa é que as pessoas não aprendem da mesma forma. Por isso, quando você tem um conteúdo multimídia, você tem possibilidades maiores e melhores de transmitir um conteúdo de várias formas.

E qual a grande preocupação na introdução desses aparelhos no ambiente Escolar?
Samantha Kutscka: Adequar a linguagem e formar o professor. O que você não pode fazer é simplesmente transformar um livro impresso para digital. O conteúdo deve ser repensado, você tem que aproveitar o potencial daquela plataforma. No caso de livros, você tem praticamente que os recriar. Sabemos, por experiência, que não adianta apenas trocar a mídia para que o aluno assimile o conteúdo.

Fonte: Correio Braziliense (DF)

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

DATA DOS NOSSOS CURSOS

MINICURSOS PTCE
      Data                                                   Ministrantes                                      Curso
30/10 – Terça-feira
9h às 12h:
Samara Tavares e
Luiz Gustavo Silva
Impress
19h às 22h:
Anna Karina Oviedo
Informática na Sala de Aula
31/10 – Quarta-feira
 9h às 12h:
Jonas Defante Terra
Moodle
14h às 17h
Anna Karina Oviedo
Silvia Batista
Elaboração de Blogs
19h às 22h:
Gabriel Carneiro e
Pedro Canholato
Writter
01/11 – Quinta-feira
 9h às 12h:
Samara Tavares e
 Luiz Gustavo Silva
Writter
14h às 17h:
Jonas Defante Terra
Moodle
06 /11 -  Terça-feira
 9h às 12h:
Gilmara Barcelos e
Silvia Batista
Prezi
19h às 22h:
Gustavo Oviedo
Vídeos
07/11– Quarta-feira
14h às 17h:
Isabela Campos e
Caio Medina
Impress
19h às 22h:
Anna Karina Oviedo
Silvia Batista

           Elaboração de Blogs
08/11 – Quinta-feira
 9h às 12h:
Gustavo Oviedo
Vídeos
14h às 17h:
Anna Karina Oviedo
Informática na Sala de aula
14/11 – Quarta-feira
14h às 17h:
Gilmara Barcelos e
 Silvia Batista
Prezi

terça-feira, 11 de setembro de 2012

OBJETOS DE APRENDIZAGEM A SERVIÇO DO PROFESSOR



LO é a sigla que pode transformar para melhor a forma de ensino-aprendizagem em sala de aula. Abreviatura de “learning objects” ou, em português, objetos de aprendizagem, a tecnologia já possui boas iniciativas nessa área em escolas do Brasil e do mundo, com resultados promissores.
A boa notícia é: professores continuam sendo os protagonistas. Nada de substituí-los por máquinas nem relegá-los a papéis coadjuvantes. Ao contrário, com os objetos de aprendizagem os docentes passam a ter uma ferramenta poderosíssima para transformar o aprendizado em um grande prazer para os alunos.

Para desvendar esse mundo e descobrir como eles são úteis no dia-a-dia, batemos um papo com César Nunes, educador que está desenvolvendo o projeto Objetos de Aprendizagem na Escola do Futuro da USP.

Também conversamos com Alexandre Gallota, que é o especialista em técnicas e processo de orientação desse projeto.

1. Quais as principais vantagens para o aluno em usar objetos de aprendizagem? 
Nunes: No processo de aprendizagem os alunos passam por várias etapas: relacionam novos conhecimentos com os que já sabiam, fazem e testam hipóteses, pensam onde aplicar o que estão aprendendo, expressam-se por meio de várias linguagens, aprendem novos métodos, novos conceitos, aprendem a ser críticos sobre os limites de aplicação dos novos conhecimentos, etc. A vantagem dos objetos de aprendizagem é que, quando bem escolhidos, podem ajudar em cada uma dessas fases. Existem objetos de aprendizagem muito bons para motivar ou contextualizar um novo assunto a ser tratado, outros ótimos para visualizar conceitos complexos, alguns que induzem o aluno a certos pensamentos, outros ideais para uma aplicação inteligente do que estão aprendendo ... Quando os objetos são interativos, consegue-se que o aluno tenha um papel bastante ativo. Permite-se ainda que o aluno se aproprie do objeto e o utilize inserindo em seus próprios trabalhos para comentários, ilustrações, críticas etc, e assim consegue-se uma aprendizagem ainda mais significativa. 
Gallotta: Os objetos de aprendizagem permitem a construção de contextos digitais para os conteúdos que serão explorados. Esses contextos fazem uso de uma série de ferramentas midiáticas, tais como música, desenhos, gráficos, simulações, jogos etc. A contextualização permite aos alunos traçar mais facilmente uma relação entre determinado conteúdo e suas aplicações práticas e enxergar a interdependência das várias disciplinas. Uma fórmula de física, por exemplo, deixa de ser uma seqüência de variáveis, operações e números e passa a ser a base para uma atividade cotidiana representada pelo objeto. O aluno de hoje sofre um intenso bombardeio de informações digitais, é um ambiente que ele entende muito bem, nada mais natural do que se utilizar desse mesmo ambiente para incorporar conteúdo e conhecimento. 

2. Quais os benefícios dos objetos de aprendizagem para o professor? 
Nunes: Para o professor o processo é semelhante ao do aluno. Se o professor tem à sua disposição uma grande quantidade de objetos, dos mais diferentes tipos, ele pode planejar suas aulas fazendo uso deles, conseguindo maior flexibilidade para se adaptar ao ritmo e ao interesse dos alunos, mantendo seus objetivos de ensino. 
Gallotta: Além de encapsular um determinado conteúdo em si, o objeto de aprendizagem é uma ferramenta que permite ao professor chegar mais facilmente no mundo de interesse dos alunos. É uma nova forma de transmissão do conhecimento, mais colaborativa e com maior interação do aluno. A passagem do conhecimento deixa de ser unilateral e o aluno passa a ter um papel mais ativo no processo. 

3. Como é feita a preparação dos professores para o uso de objetos de aprendizagem? 
Nunes: Basicamente o que se faz é discutir os processos de ensino e aprendizagem e o quanto a disponibilidade de recursos dos mais diferentes tipos pode trazer de flexibilidade e ganhos na aprendizagem dos alunos. Essa preparação não é fácil pois existe uma certa acomodação por parte de alguns professores que seguem seqüências didáticas pré-determinadas ou propostas em livros. No caso dos objetos de aprendizagem o trabalho está em pensar nos objetivos de aprendizagem a serem alcançados e a partir deles, planejar atividades com o uso dos novos recursos. Logicamente, os objetos de aprendizagem são um recurso a mais. Em alguns casos eles não são a melhor pedida. Em outros, são ideais. É o professor quem decide. 
Gallotta: Existem várias formas de utilização de objetos de aprendizagem no ensino, bem como existem vários tipos de objetos de aprendizagem. O ponto básico da preparação do professor é que ele deve ser capacitado para utilizar todos os recursos da tecnologia computacional como uma ferramenta. Além dessa capacitação básica é necessário prepará-lo para as novas demandas da nova geração. O professor tem que entender que o nível de exigência e de exposição dos alunos às novas tecnologias é muito maior do que o dele. Portanto deve se reciclar para conseguir se comunicar com a nova geração digital. 

4. Os objetos de aprendizagem estão sendo empregados na prática? 
Nunes: Eles estão sendo empregados, mas ainda não com todo seu potencial. Primeiro, seria necessário que tivéssemos mais objetos à disposição. Alguns países como o Canadá tem iniciativas governamentais bastante sérias de “popularizar” repositórios de objetos de aprendizagem para incentivar seu uso. Depois, o fato de ter esses objetos de aprendizagem à disposição precisa ser acompanhado de uma nova abordagem pedagógica na qual o aluno tem um papel ativo em encontrar, criticar, recombinar, modificar e mesmo criar novos objetos. 
Gallotta: Existem algumas experiências brasileiras de desenvolvimento de objetos e de utilização deles na educação. Porém ainda existem poucos objetos públicos disponíveis e é necessária a criação de uma massa crítica de objetos para que se expanda a sua utilização efetiva. A iniciativa Parceiros na Aprendizagem da Microsoft tem apoiado esse projeto de médio prazo no Brasil. 

5. Os objetos de aprendizagem podem ser criados para auxiliar todas as disciplinas? 
Nunes: Sim. Não existe prescrição. Alguns deles são bastante flexíveis e podem ser utilizados em muitos casos. Por exemplo, as chamadas “ferramentas de pensamento” do tipo objetos que permitem gerar mapas conceituais, classificadores, diagramas causa-efeito etc. Eles são “objetos pré-prontos”. Os alunos é que inserem o conteúdo para terminá-los e disponibilizar na Internet suas versões pessoais. Isso permite que o professor proponha trabalhos bastante significativos, uma vez que parte dos interesses e contextos dos próprios alunos. 
Gallotta: Sem nenhuma restrição. 

6. Existe alguma disciplina em que os objetos são especialmente recomendados? 
Nunes: Os objetos são flexíveis. Por exemplo, imagine um objeto onde o aluno pode explorar o ciclo de vida de uma estrela. A estrela nasce, vive e morre em um período de milhões ou bilhões de anos. O aluno pode visualizar esse processo através de linhas do tempo, inclusive relacionando as escalas temporais com a da formação dos planetas, do próprio universo, ou do surgimento da vida. Pode também usar classificadores para entender que tipo de matéria ou partículas existem em cada momento. Para isso pode também ver como são as reações através de simuladores. Os níveis de explicação podem ser bastante diferentes, ora voltados ao ensino básico, ora ao ensino superior. Todas as possibilidades podem ser cobertas a partir da combinação de objetos de aprendizagem. Quando se pensa em objetos de aprendizagem do tipo “simulação”, alguns processos são bastante apropriados para o uso dessa mídia: movimentos que obedecem leis como as da física, interação entre agentes como nos sistemas ecológicos, relações de causa e efeito que se modificam conforme a alteração das condições iniciais ou das relações entre as diversas partes, como nas condições de meio ambiente etc. 
Gallotta: Eles são mais facilmente adaptados às disciplinas que se utilizem bem de simulações de eventos, tais como Física, Matemática e Química. Porém todas as disciplinas podem se utilizar de objetos. Por exemplo, podemos criar objetos que façam uso extensivo de vídeo, música, mapas e histórias para o ensino de Geografia e História, além de objetos com jogos de regras gramaticais. 

7. O uso de objetos de aprendizagem é indicado para todas as idades? 
Nunes: Não existe receita. Como a idéia por trás dos objetos de aprendizagem é trazer flexibilidade ao processo de ensino, a adequação depende dos objetivos do professor e como ele monta as atividades que fazem uso dos objetos. Muitas vezes ele pode propor o uso de um objeto complexo mas com uma atividade simples. 
Gallotta: O conceito é utilizável em qualquer faixa etária a partir da idade em que a criança consiga interagir com um computador. Eu diria que os pré-adolescentes, adolescentes e pós-adolescentes (7 a 17) constituem um público muito propício. 

8. Existe alguma restrição no uso dos objetos? 
Nunes: O uso dos objetos conforme comentado antes, acontece dentro de atividades previstas pelos professores. Os objetos devem ser escolhidos de maneira correspondente à atividade. Por exemplo, uma atividade para levantar concepções dos alunos de maneira colaborativa pode – quase sempre – prescindir do uso de objetos de aprendizagem. Mesmo nesse caso tenho exemplos de objetos que seriam adequados. O ideal é que o professor seja criativo, saiba planejar bem essas atividades e saiba encontrar os objetos mais adequados. 
Gallotta: O objeto não deve ter a pretensão de substituir o professor nem a de cobrir determinado conteúdo de forma autodidata. Deve ser visto como ferramenta de apoio ao ensino de conteúdos e para permitir uma comunicação mais direta entre aluno e professor. 

9. O uso de objetos de aprendizagem em escolas públicas seria determinante para melhorar a qualidade no ensino? 
Nunes: Se o uso dos objetos for feito da maneira como se faz no LabVirt (USP), onde os alunos são também criadores de objetos de aprendizagem, claramente a melhoria da qualidade no ensino e aprendizagem é enorme. Isso acontece porque esse projeto envolve alguns dos conceitos que se tornaram paradigmáticos no mundo atual: o aluno participa ativamente da construção do seu próprio conhecimento e do conhecimento coletivo; envolve processos colaborativos numa comunidade de aprendizagem; permite que os alunos trabalhem com problemas abertos onde escolhem os assuntos e definem o nível em que são capazes de desenvolver; fazendo uso das novas mídias têm motivação e se preparam para a vida digital etc. 
Gallotta: Com certeza é uma ferramenta importante para diminuir a diferença entre algumas escolas públicas e escolas particulares, e promover a inclusão digital mais ampla. 

10. Que experiências inovadoras estão sendo feitas em nível mundial? 
Nunes: O Canadá tem investido em repositórios de objetos de aprendizagem e o projeto EduSource é um bom exemplo. O uso de objetos de aprendizagem é muito bem discutido no projeto europeu Learning Networks. Cursos onde alunos de ciência da computação, artes e pedagogia produzem objetos de aprendizagem podem ser vistos no projeto Trails. 
Gallotta: O Canadá, a Hungria e os Estados Unidos possuem iniciativas interessantes no desenvolvimento de objetos de aprendizagem. Porém boa parte das iniciativas são comerciais e, portanto, distantes do ensino público. As iniciativas brasileiras, MEC (Rived) e USP (LabVirt-LOF) podem ser consideradas best practices mundiais. Nós, da Microsoft, em parceria com várias universidades e instituições de ensino, pretendemos, nos próximos dois anos, consolidar o Brasil na condição de um dos líderes mundiais na produção e pesquisa de objetos de aprendizagem de caráter público.


(Publicado em: 19 de Novembro de 2004 |  www.microsoft.com/brasil/educacao)

terça-feira, 4 de setembro de 2012


QUESTIONANDO A TECNOLOGIA COMO PROFESSOR

KEVIN DELANEY 

Durante décadas, uma visão tecno-utópica da sala de aula incendiou os sonhos dos educadores. Nesse cenário, o professor deixa de ser "um sábio no palco para ser um guia ao seu lado". Pois em uma classe de alunos autodirigidos e ligados à web o papel do professor é simplesmente oferecer uma orientação sutil.
Em países tão diferentes quanto China, Índia e Colômbia, os educadores alimentam essa ambição com enormes investimentos em informática. Em outros países, como os Estados Unidos, esses impulso se choca com cortes orçamentários e demissões de professores.
Mas, como muitas visões utópicas, esta enfrenta uma reação.
"Ensinar é uma experiência humana", disse ao Times Paul Thomas, professor associado de educação na Universidade Furman, na Carolina do Sul. "A tecnologia é uma distração quando precisamos de alfabetização, raciocínio matemático e pensamento crítico."
Até Steve Jobs, que comandou a revolução do computador na sala de aula como um dos fundadores da Apple, tinha suas dúvidas. Seu biógrafo Walter Isaacson descreveu uma conversa no início deste ano entre Jobs e Bill Gates, o cofundador da Microsoft. Os dois "concordaram que até agora os computadores, surpreendentemente, haviam tido pouco impacto nas escolas".
E Jobs não era o único guru tecnológico do Vale do Silício a questionar os computadores no ensino. A escola Waldorf da Península, localizada no centro do Vale do Silício, em Los Gatos, ensina os filhos de muitos funcionários de gigantes tecnológicas como Google, Apple, Yahoo e Hewlett-Packard, relatou o Times. Mas não há computadores na escola, e seu uso em casa também é desencorajado.
Alan Eagle, que trabalha na Google, não teme que seus filhos fiquem atrasados. "Na Google e em todos esses lugares fazemos tecnologia tão fácil de usar quanto possível", ele disse ao Times. "Não há motivo para que as crianças não consigam aprendê-la quando ficarem mais velhas."
Mas não diga isso na Coreia do Sul, que está gastando US$ 2 bilhões para modernizar ainda mais seu já futurista modelo de educação digital até 2015. E quem pode discutir com o sucesso? Seus alunos se classificam nos níveis mais altos em matemática e ciência em todo o mundo. Mas existe um preço para essas conquistas. As crianças estão exaustas e estressadas com as sessões de estudos até tarde da noite.
Também há um crescente temor entre os educadores coreanos de que sua ênfase para o aprendizado por repetição, neste caso reforçado por computadores, esteja produzindo estudantes que não são criativos.
Outro país superinformatizado, a Finlândia, também se classifica no topo dos testes globais. Mas as escolas têm muito pouca tecnologia e as crianças de lá não são tão pressionadas.
Bryan Luizzi, diretor do colégio Brookfield em Connecticut, visitou a Finlândia este ano. "Foi um pouco desanimador", ele disse ao site Scholastic.com. "Eu não vi um só estudante com um laptop."
É claro que inúmeros fatores contribuem para o sucesso de um país na educação. A Finlândia quase não tem pobreza e os professores são bem pagos e altamente respeitados.
Como escreveu no Times Rudy Crew, um ex-diretor do departamento de educação da Cidade de Nova York, "certamente há oportunidades que podem ser captadas por meio da tecnologia, mas no centro da educação está a relação entre professor e aluno".


(Publicado em 12/12/2011, jornal Folha de São Paulo, caderno The New York Times)

VÍDEOS SÃO INSTRUMENTOS DE COMUNICAÇÃO E DE PRODUÇÃO

José Manuel Moran
Doutor em comunicação pela universidade de são paulo (usp), josé manuel moran é assessor da faculdade sumaré, em são paulo e professor aposentado da USP.


JORNAL DO PROFESSOR - De que maneira os vídeos podem facilitar o processo de ensino e aprendizagem?
JOSÉ MANUEL MORAN - As linguagens da TV e do vídeo respondem à sensibilidade dos jovens e da grande maioria da população adulta. São dinâmicas, dirigem-se antes à afetividade do que à razão. As crianças e os jovens lêem o que pode visualizar, precisam ver para compreender. Toda a sua fala é mais sensorial-visual do que racional e abstrata. Lêem nas diversas telas que utilizam: da TV, do DVD, do celular, do computador, dos games.
Os vídeos facilitam a motivação, o interesse por assuntos novos. Os vídeos são dinâmicos, contam histórias, mostram e impactam. Facilitam o caminho para níveis de compreensão mais complexos, mais abstratos, com menos apoio sensorial como os textos filosóficos, os textos reflexivos.
Os vídeos também são um grande instrumento de comunicação e de produção. Os alunos podem criar facilmente vídeos a partir do celular, do computador, das câmaras digitais e divulgá-los imediatamente em blogs, páginas web, portais de vídeos como o YouTube.
Os computadores e celulares deixaram de ser apenas ferramentas de recepção. Hoje, são também de produção. Uma criança pode tirar fotos ou fazer vídeos com um celular e publicá-los na internet. Professores e alunos podem ter acesso a inúmeros vídeos prontos e assisti-los no momento ou salvá-los para exibição posterior. Ao mesmo tempo, todos podem editar, produzir e divulgar novos conteúdos a partir do computador ou do celular. Entramos numa nova era da mobilidade e da integração das tecnologias, como nunca antes foi possível.
JP - Como os vídeos podem ser utilizados em sala de aula?
JMM - Os vídeos podem ser utilizados em todas as etapas do processo de ensino e aprendizagem. Os principais usos são:
Para motivar, sensibilizar os alunos – É, do meu ponto de vista, o uso mais importante na escola. Um bom vídeo é interessantíssimo para introduzir um novo assunto, para despertar a curiosidade, a motivação para novos temas. Isso facilitará o desejo de pesquisa nos alunos para aprofundar o assunto do vídeo e da matéria.
Para ilustrar, contar, mostrar, tornar próximos temas complicados – O vídeo pode ajudar a tornar mais próximo um assunto difícil, a ilustrar um tema abstrato, a visibilizar cenários de lugares, eventos, distantes do cotidiano. Hoje, é muito mais fácil do que antes encontrar e visualizar vídeos sobre qualquer assunto importante na internet, em portais como o YouTube, por exemplo.
Como vídeo-aulas – Alguns vídeos trazem assuntos já preparados para os alunos, já estão organizados como conteúdos didáticos. Utilizam técnicas interessantes de manter o interesse, como dramatizações, depoimentos, cenas de filmes, jogos, tempo para atividades. Podem ser adequados para que o professor não tenha que explicar determinados assuntos. O professor age a partir do vídeo, com questionamentos, problematização, discussão, elaboração de síntese, formas de aplicação no dia-a-dia. Esses vídeos podem ser disponibilizados no portal da escola e os alunos podem acessá-los fora da sala de aula também.
Vídeo como produção individual ou coletiva – As crianças adoram fazer vídeo e a escola precisa incentivar o máximo possível a produção de pesquisas em vídeo pelos alunos. A produção em vídeo tem uma dimensão moderna, lúdica. Moderna, como um meio contemporâneo, novo e que integra linguagens. Lúdica, pela miniaturização das câmaras, que permite brincar com a realidade, levá-las junto para qualquer lugar. Filmar é uma das experiências mais envolventes tanto para as crianças como para os adultos. Os alunos podem ser incentivados a produzir dentro de uma determinada matéria, ou dentro de um trabalho interdisciplinar. E também produzir programas informativos, feitos por eles mesmos e colocá-los em lugares visíveis dentro da escola e em horários onde muitas crianças possam assisti-los e também na página web da escola ou em blogs ou portais da internet.
O vídeo também é importante para documentação, registro de eventos, de aulas, de estudo do meio, de experiências, de entrevistas, depoimentos. Isto facilita o trabalho do professor, dos alunos e da comunidade. Esse material pode ser divulgado, quando conveniente, na internet.
O vídeo também pode ser útil para avaliação, principalmente as que mostram situações complexas, estudos de caso, projetos, sozinho ou com textos relacionados.
JP - Que tipo de atividade deve ser evitada quando se está trabalhando com vídeos nas escolas? Que tipo de atividade é mais adequada?
JMM - Algumas formas inadequadas de utilização do vídeo:
Vídeo-tapa buraco: colocar vídeo quando há um problema inesperado, como ausência do professor. Usar este expediente eventualmente pode ser útil, mas se for feito com frequência, desvaloriza o uso do vídeo e o associa - na cabeça do aluno - a não ter aula.
Vídeo-enrolação: exibir um vídeo sem muita ligação com a matéria. O aluno percebe que o vídeo é usado como forma de camuflar a aula. Pode concordar na hora, mas percebe o mau uso.
Vídeo-deslumbramento: O professor que acaba de descobrir a facilidades de baixar vídeos da Internet costuma empolgar-se e exibi-los em todas as aulas, esquecendo outras dinâmicas mais pertinentes. O uso exagerado do vídeo diminui a sua eficácia e empobrece as aulas.
Vídeo-perfeição: Existem professores que questionam todos os vídeos possíveis porque possuem erros de informação ou estéticos (qualidade). Os vídeos que apresentam conceitos problemáticos podem ser usados para uma análise mais aprofundada a partir da sua descoberta, problematizando-os.
Só exibição: não é satisfatório, didaticamente, exibir os vídeos sem discuti-los, sem integrá-lo com os assuntos das aulas, sem rever alguns momentos mais importantes.
Algumas atividades mais adequadas são: introduzir um assunto, complementar informações; provocar discussões, trabalhos de grupo para discussão, debates; levantamento de sugestões do grupo, estudo dirigido para verificação da compreensão e da habilidade de transferir conhecimentos recebidos para novas situações (projetos); alunos protagonistas, fazendo trabalhos em vídeo, apresentando-os para a classe e divulgando-os na página web da escola.
JP - Quais os benefícios que a produção de vídeos pode trazer para os alunos?
JMM – Maior interesse dos alunos (linguagem familiar); aulas mais atraentes, pois os vídeos estimulam a participação e as discussões; alunos desenvolvem mais a criatividade, sua comunicação audiovisual e a interação com outros colegas e outras escolas; melhor fixação dos assuntos principais pelos alunos (visão mais concreta sobre eles), já que os vídeos trazem a realidade para a sala de aula e para a aprendizagem significativa; complementação das discussões do material impresso.
Mas nem tudo são benefícios. Os professores, apesar de reconhecer muitas vantagens no uso do vídeo, utilizam-no realmente pouco. A maior parte só trabalha com o vídeo na sala de aula esporadicamente, não habitualmente. Há dificuldades materiais, e principalmente, dificuldades em ter o material adequado para o programa da matéria. A maior parte dos professores não conhece os vídeos que existem na sua área, quais são bons e, os poucos que eles conhecem, nem sempre estão disponíveis, por razões econômicas. Percebe-se, ainda, uma grande desinformação no uso do vídeo, não só tecnicamente, mas principalmente didaticamente.
JP - Quais dicas o senhor daria para professores que nunca trabalharam com produção de vídeos antes? O que deve ser observado mais atentamente pelos professores?
JMM - Que observem e aprendam com seus alunos. Os mais novos têm uma facilidade no manuseio de muitas telas (da TV, do celular, do computador, dos videojogos, das câmaras digitais). É importante aprender com eles e, ao mesmo tempo, fazer algum curso que inclua aspectos técnicos e pedagógicos. Um dos esquemas básicos de organização da produção de um vídeo um pouco mais complexo, costuma ter os seguintes passos:
Idéia: a idéia ou o tema principal que move a produção de um vídeo; Elaboração do roteiro: momento em que a idéia toma forma propriamente dita. Nesta etapa definem-se os personagens, os estilos de filmagem, e o que se pretende, de fato, passar para o público com a obra;
Plano de filmagem: nesta parte acontece a elaboração de uma planilha, onde são especificados todos os locais de filmagem, bem como suas datas, horários, diálogos, personagens, figurino, cenário, tempo de cada cena, etc.
Captura das imagens: filmagem propriamente dita;
Decupagem das imagens: nesta etapa, os alunos assistem ao material gravado, selecionando o que é útil para a finalização da obra;
Pré-edição: as imagens são transferidas para o computador e ordenadas em pastas e sub-pastas;
Edição: montagem das imagens no computador, aplicação de efeitos, inserção de trilha sonora, de legendas ou frases de texto etc;
Finalização: gravação em mídia DVD, disponibilização em um portal da escola ou em um portal de vídeos.
JP - É necessário ter uma ilha de edição de imagens? Quais os equipamentos necessários para produzir um vídeo simples?
JMM - Para começar não é necessário um equipamento sofisticado. Há programas de edição de imagens, alguns mais simples e baratos e outros mais sofisticados e caros. O mais simples vem com o Windows XP ou Vista: é o movie maker. Permite alterar o filme da forma que cada um quiser, com um clique na opção linha do tempo. Hoje, algumas câmaras digitais já permitem fazer edição de fotos ou vídeos nelas mesmas.
Tendo idéias e motivação facilmente se encontram as soluções técnicas mais adequadas para cada situação. O professor pode pedir aos alunos que encontrem as melhores soluções técnicas de edição.
Com as tecnologias digitais móveis, o avanço na conexão em redes, a WEB 2.0 com tantos recursos gratuitos colaborativos, há inúmeras soluções simples de acessar vídeos, de produzir vídeos, de editar vídeos e de publicar vídeos.

(Entrevista publicada no Portal do Professor do MEC em 06.03.2009)